quarta-feira, 16 de abril de 2014

A VELHA CONTRABANDISTA

A VELHA CONTRABANDISTA
Diz que era uma velha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega a mandou parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim para ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no dentista, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou que a velhinha fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha vovozinha, eu sou fiscal da Alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não vou dar parte, não apreendo não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
- É lambreta.
                                                                                       Stanislaw Ponte Pré
Após a leitura do texto responda com atenção:1) Esse texto é uma:
a) ( ) narrativa b) ( ) poesia c) ( ) informação d) ( ) crônica

2.) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda? 


3) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”? 


4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.


5). Que adjetivos (qualidades) você daria a velhinha:
a) ( ) ingênua   b)( ) esperta       c ( ) caduca   d) ( ) cansada
e) ( ) otimista  f )( ) pessimista  g ( ) boba    h) ( ) inteligente


6). Que adjetivos (qualidades) você daria ao policial:
a) ( ) teimoso           b) ( ) desconfiado     c) ( ) educado   d) ( ) ingênuo
e) ( ) compreensivo   f) ( ) honesto     g) ( ) observador    h) ( ) tolo

7) O final do texto é surpreendente? Por quê?

8) Se você fosse o fiscal, teria percebido qual o contrabando? De que forma?

9) A escrita correta da palavra “espaia” é:

a) ( ) espalia b) ( ) espalha c) ( ) espalhia


10) Na expressão: “Com um bruto saco atrás da lambreta”, a palavra grifada significa:

a) ( ) estúpido      b) ( ) grande      c) ( ) mal educado


8. Alfândega é o departamento onde:
a) Cobram-se impostos e taxas de produtos.

b) Compram-se produtos.

c) Vendem-se mercadorias proibidas.

9. No Brasil, muitas pessoas se vangloriam de burlar as leis. O que você acha dessa atitude?

10) Numere corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos acontecimentos.
(     ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
(     ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
(     ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de lambretas.
(     ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.
(    ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
(    ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
(    ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário